Domingo, 24 de Junho de 2007

O Convento S. António - a normalidade (6)

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De regresso, depois de tratar da actualidade, ao passado de um Convento, por cujos restos, todos iremos pagar uma fortuna à Santa Casa da Misericórdia!


"O sítio é fresco, a cerca espaçosa, com muito arvoredo de pomar, abundantes de várias frutas, horta regada com água de uma fonte perene. O povo devoto, de boa vontade ajuda os Religiosos com as esmolas que pode. Enquanto viveram seus fundadores Nuno Rodrigues Barreto e Dona Leonor de Milão, que depois de morto o marido viveu ainda muitos anos, tiveram sempre cuidado, como legítimos Padroeiros, de prover essa sua Casa não só das coisas pertencentes ao culto Divino, vasos ou ornamentos da Sacristia, à cura dos enfermos, senão também das coisas necessárias aos Religiosos para a vida humana, a que as esmolas da terra não bastassem. Com a mesma devoção continuaram seus descendentes, que acabaram em Dona Beatriz de Mendonça Barreto, neta do fundador, a qual com extrema solicitude e extraordinária liberalidade tinha cuidado de prover de tudo o necessário a esse seu Convento, não deixando que existisse alguma falta quando estava apartada da Vila de Loulé, da qual era Alcaideça Mor e fora criada em Madrid nos Paços de Filipe III como Dama da Rainha e ficou depois da aclamação del Rei D. João IV, vivendo com grande exemplo de honestidade em celibato, suposto que lhe sairam muitos e mui ilustres casamentos."

publicado por aalmeilda às 23:04
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Sábado, 23 de Junho de 2007

Um contributo para a Mobilidade.

Rebpas.jpg


Antes que o stress dos dias nos faça esquecer os bons feitos... gostaria de me congratular com esta pequena, mas importantíssima obra.


A mobilidade importa a todos, não apenas a idosos e deficientes! A mobilidade urbana é um dos mais importantes factores de avaliação da qualidade das localidades, sendo importantes questioná-la continuamente.


Este arranjo fica a dever-se (jugo eu) ao Festival Med e não (infelizmente) aos pedidos dos cidadãos que têm caído nas passadeiras ou verificado não as conseguir transpôr ou nelas passar o carrinho do bébé.


Os obstáculos à mobilidade na Praça da República têm sido motivo de escrita neste Blog, mas não considero ter nesta obra qualquer mérito a reclamar. Só o farei se, e quando, for removido o ridículo passadiço metálico nela existente. Será então, sinal de que a perigosidade de queda do edifício foi ultrapassada e a Mobilidade reposta na Principal artéria da Cidade.


Até esse dia chegar, causa-me arrepios ver a bandeira Verde hasteada nos Paços do Concelho.


Foi um pequeno passo na direcção certa, entre muitos outros que têm que ser dados!

publicado por aalmeilda às 20:15
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A "moda" das Marchas Populares!

Marchas.jpg


Sairam à Rua as crianças da freguesia, a festa teve por tema os "Santos Populares"...


Cumpre a Escola o seu poder catalizador, deixando informação para o Futuro...


Saberão estas crianças o bastante, para já crescidos, promoverem organizações que mantenham a tradição das Festas Populares dedicadas a estes Santos?


Hoje, na ausência do subsídio autárquico, não há festividade que seja realizada!


Teremos perdido a vontade de organizar com os vizinhos os petiscos, fogueiras e marchas de antigamente?


Isto por cá não espanta... o nosso feriado municipal é o "Dia da Espiga"!

publicado por aalmeilda às 13:12
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Sábado, 16 de Junho de 2007

"A Cova do Lagarto" - Duarte Pacheco na Psicanálise...

Filomena Beja.jpg


Foi interessantíssima a apresentação feita por Lídia Jorge, da obra de ficção de Filomena Marona Beja sobre o Eng. Duarte Pacheco.


Foram vinte anos de consultas documentais e de recolha de testemunhos orais que a autora reuniu nesta, outra visão, de Duarte José Pacheco. Veio falar do seu trabalho e respondeu a numerosas questões sobre o Homem e a sua Obra e, importante, na casa onde ele nasceu há 107 anos!


Muito daquilo que já sabiamos e uma mão cheia de revelações, fazem um conjunto que fornece uma nova e mais rica visão da personalidade deste louletano que não pode acertar divergências com a Loulé do seu tempo. Estando Loulé a tempo de o acolher... finalmente!


Aconteceu em 15 de Junho, entre as 18,00 e as 19,30h com uma sala (lamentavelmente) pouco preenchida.

publicado por aalmeilda às 01:24
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O Convento de S. António - Casa Nova e Rivalidades antigas (5)

"Não obstantes as Cláusulas do Breve Papal, ainda assim o arguiram de defeituoso os Padres da Província dos Algarves da Observância, dizendo que não fazia expressa e clara menção a súplica de um acordo que havia entre estas duas Províncias do Algarve e da Piedade, de que não receberia uma Convento quatro léguas de qualquer Convento da outra. Foi o assunto levado ao Capítulo Geral da Ordem celebrado no Convento de Nª Srª dos Anjos em Assís no ano de 1547, onde se deu sentença a seis de Junho, que os Frades da Província da Piedade saissem logo e deixassem o Oratório, por quanto julgava o Capítulo que o Breve era surreptício por falta de inteira informação. Logo que Nuno Rodrigues Barreto teve notícia do que no Capítulo Geral tinha decidido recorreu ao Núncio Apostólico, João Ricio de Monte Policiano, Arcebispo de Siponino e legado de S. Santidade no Reino, o qual, visto o Breve e examinada a causa, julgou que fora legitimamemte impetrado e que tinha suficientes cláusulas derogatórias de quaisquer estatutos ou acordos em contrário e assim mandava que se comprisse e que nenhum Prelado pudesse obrigar os Frades desta Província a deixarem o dito Oratório."


Mais...


"O Breve Apostólico e a sentença do Núncio estão guardados no Arquivo daquele Convento."


Será que o Arquivo ainda existe? Onde estará ele depositado?


" Com isto ficaram os nossos Frades quietos naquela casa, a que deram título e invocação de Santo António, a qual crescendo e renovando-se por tempos, é hoje Guardiania que aloja catorze e até quinze moradores. Está pouco distante da Vila num plano quase a meia encosta avistando alguma parte de mar, que fica a duas légua dali."


Na sua primeira localização. Pois, como mais adiante veremos, subiu a encosta, aproximando-se da Vila!

publicado por aalmeilda às 00:44
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Quinta-feira, 14 de Junho de 2007

O Convento de S. António - Entre D. João III e o Papa Paulo III (4)

JoaoIII-P.jpg


Como temos vindo a saber,  a insatisfação de Nuno Rodrigues Barreto com a decisão do Rei D. João III (http://pt.wikipedia.org/wiki/JoC3A3o_III_de_Portugal) quanto ao alojamento dos Frades "Descalços" deu origem ao recurso desse para o Sumo Pontífice que, em 1544, era Paulo III... Continua o relato:


..."O Sumo Pontífice que então era Paulo III redigiu um Breve; expedido em Roma a oito de Julho do ano décimo primeiro do seu Pontificado (teria mais quatro), que foi o do Senhor 1544, no qual diz, que visto o piedoso desejo e louvável propósito de Nuno Rodrigues Barreto e atendendo que se hão de favorecer as pessoas que honram e aproveitam à Religião, para que assim se incitem outras a fazer o mesmo, lhe concede tudo o que pedia e dá licença para que possa levantar o dito Oratório com sua Igreja, claustro, dormitório e mais oficinas necessárias, com sua horta e cerca; e o Ministro da Piedade estaria obrigado a mandá-lo povoar de Religiosos. Ainda lhe concedeu outro singular favor, dizendo, que todas as vezes, que morressem alguns dos moradores naquela Casa, pudessem vir para ela quaisquer Religiosos de outros Conventos da Província da Piedade (sendo chamados e se esse fosse sua vontade), sem terem necessidade  de pedirem para isso licença ao Ministro, nem a algum outro Prelado, contanto que vivessem ali debaixo da obediência dos Superiores da dita Província da Piedade e conforme suas Ordenações e costumes, sem inovarem alguma cousa. Conclue o Breve com mui notáveis cláusulas de firmeza. Por virtude do qual (Breve) se começou a obra no ano de 1546."

publicado por aalmeilda às 23:16
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O Convento de S. António - uma Questão de 4 léguas! (3)

Pope-paul3.jpg


Antes de retomar a transcrição da Visitação do Convento sugiro que saibam algo mais sobre o 5º Morgado de Quarteira protagonista até agora dos factos expostos. Cliquem aqui! http://genealogia.netopia.pt/pessoas/pes_show.php?id=12900


" Mas porque (Nuno Rodrigues Barreto) temia que os Ministros da Ordem de São Francisco da Observância, ou dos Claustrais estorvassem esse seu louvável propósito, sob calor e achaque, que tinham Convento da dita Ordem na Cidade de Faro, e que na Vila de Loulé se não podia fundar outro da mesma Ordem, por não distar esta Vila daquela Cidade as quatro léguas  necessárias, por força de uma concordata que havia sido feita, sendo esse o motivo que, para se livrarem de contendas, os Ministros da Província da Piedade não queriam enviar Frades ao dito Heremitório ou Casa, que pretendia fazer; pedia humildemente a Sua Santidade que desse licença para, com autoridade Apostólica edificar o tal Heremitório e Casa e depois que estivesse feita, os Superiores da dita Província da Piedade pudessem e devessem enviar quatro ou cinco Religiosos para morarem nela, onde servissem ao mui alto Deus." 


Missiva dirigida ao Papa Paulo III  http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa_Paulo_III

publicado por aalmeilda às 01:42
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Quarta-feira, 13 de Junho de 2007

O Convento de S. António - Uma decisão Real mal recebida (2)

"...Os Frades Descalços fundaram Convento em Faro, em 1546. Daí sairam  por ordem do Rei D. João III,  deixando-o aos Padres Observantes da Província de Portugal que, assim, abandonaram o Convento de Villa-Nova. (hoje, Portimão)


Nuno Rodrigues Barreto, fidalgo Padroeiro dos Frades Descalços, ficou muito desgostoso com a troca realizada e não podendo suportar muito tempo a ausência dos religiosos pela singular devoção e amor que lhes tinha, quatro anos depois de estes haverem deixado o Convento de Faro, fez súplica ao Sumo Pontífice, expondo como tendo ele feito edificar com despesas próprias na Cidade de Faro numa propriedade que fora de seu pai, um Mosteiro aos Frades da Província da Piedade, chamados popularmente os "Descalços", da vida e exemplo dos quais ele e sua mulher Dona Leonor de Milão e mais família se gozava muito em o Senhor com obra e consolação espiritual, o Ministro Geral da Ordem retirára os Frades Descalços do dito Convento e contra vontade dele Padroeiro, colocára ali outros Frades da Observância. Pelo que vendo-se ele e sua família em falta,  frustrados do seu intento e da espiritual consolação, desejavam o acrescentamento do culto e honra Divina edificar aos ditos Frades da Piedade, numa herdade de seu Morgado chamada Quarteira, ou noutro lugar que fosse julgado melhor, junto à Villa de Loulé, um Heremitério ou Oratório à maneira de Convento no qual pudessem viver, quatro ou cinco religiosos, da maneira que em outras casas costumam, as quais queria dar os ornamentos e cousas necessárias para o culto Divino e sustentá-los da sua própria fazenda de tudo o que houvessem necessidade, conforme seu costume e Regra."

publicado por aalmeilda às 00:56
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Terça-feira, 12 de Junho de 2007

O Convento de S. António - Começo da História (1)

Convsa.bmp


" CRÓNICA DA PROVÍNCIA DA PIEDADE, Primeira Capucha de toda a Ordem e Regular Observância de nosso Seráfico Padre S. Francisco, dedicada na primeira impressão ao Sereníssimo Senhor D. João, Príncipe de Portugal, e Duque da Real Casa de Bragança, nesta segunda oferecida à Magestade Fidelíssima de D.José I, Nosso Senhor, composto por Frei Manuel de Monforte, pregador, filho da mesma província."


Este documento impresso na Oficina de Miguel Manescal da Costa, impressor do Santo Ofício, no ano de 1751 foi-nos disponibilizado (ao Arq. João Pedroso) pelo Patriarcado de Lisboa e vai ser citado ao longo dos textos que aqui vou publicar, no intuito de informar a História deste Convento Franciscano. 

publicado por aalmeilda às 07:49
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Sábado, 9 de Junho de 2007

Casa das Bicas... um lugar de aprendizagem!

cbicas.jpg


Desde as férias de Verão de 2006, diariamente, alunos, professores do Agrupamento Vertical  Eng. Duarte Pacheco e técnicos das autarquia, da nossa Cidade, viajam ao passado de Loulé contactando com os vestígios de longínquas presenças,  tratando de juntar e entender as mensagens que encerram:


Um modo de conhecer a História Local!


Durante o Festival Med de 27 de Junho a 1 de Julho, decorrerá uma exposição de achados recuperados durante os trabalhos de arqueologia realizados na "Casa das Bicas". Como trabalhador voluntário nesta iniciativa, gostaria que visitassem esta Escola viva!

publicado por aalmeilda às 19:23
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